quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Finalmente em "casa"


Depois de tanto tempo consegui finalmente ocupar de forma definitiva a “minha nova casa”! Custou mas foi J
Sempre me disseram que quando chegasse a Angola teria algumas casas prontas a habitar e que seria, chegar, escolher e habitar, pois estavam reservadas! Claro que não foi assim. Cheguei, escolhi e depois começou a confusão típica!
A primeira casa que estava reservada, afinal já estava contratada para outra empresa de engenharia… e agora? Não há mais, disse-me o senhor do condomínio… não pode ser disse eu… só se for a casa numero xx, mas eu não quero lidar com a senhora respondeu o senhor do condomio… bonito…
Bem lá fomos nós ter com a senhoria da casa e tratamos de tudo com ela, mas a desconfiança era tão grande que começou a cheirar mal. Anulámos todo o negócio na altura de entregar o cheque de pagamento de 6 meses…
Ficamos sem casa outra vez… à estaca zero… coitado do meu colega que ia ter que gramar comigo, com a Angela e com o Salpico mais uns tempos…
Então lá fomos nós perguntar às pessoas quem tinha casas para alugar…. Falámos com um jardineiro que nos aconselhou falar com o Sr. Tozé. E lá fomos nós. No dia seguinte, fomos ver uma casa com ele, e ele deu-nos logo a chave de casa… O senhorio, o Sr. Filipe, deixou-nos entrar logo em casa… que sorte!!! tivemos que fazer uns arranjozitos e voilá :)
E pronto, passado quase 3 semanas de termos a chave e casa mudei-me. Sim, só eu, porque entretanto a Angela voltou para Portugal… conseguimos estar em Angola a viver 6 semanas em casa do meu colega…
Ah entretanto, recebi esta semana o meu pópó novo J vejam lá como não é bonita a casinha e o popó? J



No meio desta confusão, tenho realmente que fazer um grande agradecimento ao meu colega!
Muito Obrigado por tudo!!!! Os chatos já lá não estão J

sábado, 28 de julho de 2012

Viagem Lubango - Namibe

Sim, ando a passear por este país, mas em trabalho! Fui ver uma pequena obra no Namibe de apenas 13.000.000 de m3 de escavação… coisa pouca… mas não é sobre trabalho que vos quero falar, é mesmo sobre os locais onde passei.
Finalmente conheci a terra por onde andaram os meus queridos Avós, à 80 anos!
É a terra que viu os meus avós crescerem, aprenderem e ajudarem este povo, é a terra onde a minha tia nasceu e é também a terra que marcou, e muito a minha família!
 A cidade é enorme, organizada como todas as cidades do tempo colonial e na zona central até se pode dizer que é bonita. Tem obviamente a confusão típica das grandes cidades, com alguma sujidade, mas menos do que o normal, e até tem passeios em cubos de granito de 3 cores diferentes!
É uma cidade cuja localização geográfica é fora do normal, pois situa-se num vale, tendo três montanhas a ladear a cidade. Por isso, sempre que estamos na cidade, vemos quase sempre a montanha a querer engolir-nos!
Existem diversos locais importantes e de paisagens espetaculares, mas posso dizer que visitei uma das maiores atrações de Angola. A Fenda da Tundavala.
O caminho até lá é uma estrada nova, em calçada de cubos de granito e que passa pelos amontoados rochosos da zona. São paisagens lunares, inóspitas e desprovidas de qualquer calor humano! Aqui é a Mãe Natureza que impera a sua vontade e grandiosidade!
Existem locais onde a erosão provocada pelo vento intenso, transformou as rochas (vermelhas) em pedaços de pedra polidos e reluzentes que com a luz do sol parece um mar…
Fenda da Tundavala. É uma fenda, ou melhor, um abismo de 1.200m que corta a serra da Leba em duas. Neste momento é o cacimbo que impera em Angola, e existe sempre uma neblina que corta a magnífica paisagem, nem imagino o local no Verão e num dia de céu limpo… É um local mágico…

Fenda da Tundavala


é pena que as imagens não captem a realidade...

Caminho até à Tundavala




Um pequeno nascer do Sol a caminho do Lubango!







sexta-feira, 29 de junho de 2012

Trocas Comerciais


Num mês e meio cá por terras Angolanas, já fiz cerca de 14.000km, e na estrada, é o local onde existe mais policia! É bom, sentimo-nos mais seguros – ou não… - sentimo-nos mas confiante – ou não…
É que quando nós vemos um Policia/Guarda/Agente da autoridade, temos essa sensação, ou pelo menos eu tenho quando estou no meu País.
Aqui, a sensação era a mesma, pelo menos durante os primeiros 5 ou 6 dias, mas depois mudou.
Aos pouco começamos a perceber a mentalidade, a forma de pensar, a forma de estar deste povo tão diferente do nosso. Não há hipótese, somos diferentes! Mentalidades, formas de estar, de viver, de pensar, em termos éticos… em tudo!
O nosso primeiro encontro com um agente da autoridade, foi num final de tarde, onde estacionei o carro perto de uma padaria, e depois de uma assopradela do apito do agente, informou-nos que aquele era um local proibido. Multa dizia ele… tinha que pagar multa… e pensei… isto é a terra deles, mas eu não sou parvo e comecei de forma muito educada a “discutir” com ele. Mas porque raio é proibido… porque é que não se pode estacionar ali? Bla bla bla e enquanto falávamos, passavam carrinhas de caixa aberta com pessoas na caçamba (é o termos que utilizam cá para a caixa aberta), carros em contra mão, motos sem luzes… enfim o pandemónio do costume. Lá consegui desenrascar e não paguei multa!
O segundo encontro foi ainda mais ridículo, mas dessa vez não ia a conduzir... Vínhamos de Luanda com o motorista da empresa e como o nosso carro ainda não tem a tampa para fechar a caçamba, levava-mos parte das bagagens no banco de trás. Isto é, como sabíamos que era proibido levar malas em cima dos bancos, pusemos as malas na caixa, mas deixamos uma caixa de plástico que se fosse na caixa partia-se toda (era o WC para o Salpico que finalmente encontramos um em Angola e compramos). Fomos mandados parar e o agente apenas disse, 47.000 AKZ de multa, mais 5.000AKZ para libertar a carta de imediato (sim, porque eles ficam com a carta, e só a dão quando pagarmos a multa – que temos que nos deslocar até Luanda para  pagar). Depois de muita conversa muita treta, lá nos “safamos” e oferecemos as gasosas que tínhamos no carro… Claro está, andava o agente preocupado com a caixa de plástico do gato e passavam por nós camiões carregados até à China, carros com excesso de lotação… mas isso não interessava… a caixa é que era perigosa!
Nos fim de semana, o povo angolano gosta muito de festas, adora a sua Cuca (cerveja) e para ter a Cuca, tem que ter gasosa… é assim, são as trocas comerciais, uma gasosa por 10 Cucas J
P. 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Comida


Pois é, comprar comida em Angola é uma aventura! Nós até podemos dizer que somos uns afortunados, pois vivemos uma cidade em que existem pelo menos 3 supermercados com alguma dimensão, mas os preços têm uma disparidade louca!

Um quilo de alhos pode custar 600Akz ou 1900Akz (5€ ou 17€) dependendo do supermercado a que vamos. Num local não há frescos, no outro não há congelados, noutro só tem embalagens de 20 unidades… enfim, sempre que vamos às compras, temos sempre que ir a mais que um local!
Mas aqui na “nossa” terra, temos sorte, vai abrir até ao final do ano, um hipermercado! Vamos lá ver o que sai dali…
Não faço publicidade, mas até já tenho saudades dos cartõezinhos de descontos, ou das músicas doces meia larilas ou dos preços mimimimi!
Mas temos que viver com o que há aqui!

Existe um outro local onde que se pode comprar produtos. É o mercado de rua e ai sim, é uma loucura! Ainda não tivemos coragem de nos metermos no meio desses mercados que estão dentro da cidade, tal é a tamanha confusão, pó, sujidade e quantidade de pessoas!
Mas como eu ando sempre de um lado para o outro, já ganhei coragem e parar o carro à beira da estrada e comprar nos mercados das aldeias!
Ai compram-se produtos de qualidade excelentes, a preços acessíveis! Mas atenção, são só frutas e legumes!! Mas tem um problema… é a quantidade… aquilo é à bacia! No outro dia, comprei uns 10kg de abacate por 4€… claro está estragaram-se!!!
Quando tivermos uma internet em condições adicionamos umas fotos… J
P.

sábado, 16 de junho de 2012

Um mês

Um mês…
Faz um mês que vim para Angola.
Faz um mês que senti o calor da família e dos amigos como nunca.
Faz um mês que chorei, que vi e ouvi chorar!
Faz um mês que senti ainda mais o sentido da palavra Amor, Carinho, Amizade Ternura e Saudades.
Saudade… das palavras mais fortes e belas da língua Portuguesa.
Felizmente, sim, felizmente, sinto Saudades! É bom sentir Saudades!
Faz um mês que iniciamos a nossa aventura por terras desconhecidas, tal como os meus Avós fizeram à quase 100 anos!
E cá estamos nós, à um mês, a viver a nossa aventura!
P.A.