Num mês e meio cá por terras
Angolanas, já fiz cerca de 14.000km, e na estrada, é o local onde existe mais
policia! É bom, sentimo-nos mais seguros – ou não… - sentimo-nos mas confiante
– ou não…
É que quando nós vemos um Policia/Guarda/Agente
da autoridade, temos essa sensação, ou pelo menos eu tenho quando estou no meu
País.
Aqui, a sensação era a mesma,
pelo menos durante os primeiros 5 ou 6 dias, mas depois mudou.
Aos pouco começamos a perceber a
mentalidade, a forma de pensar, a forma de estar deste povo tão diferente do
nosso. Não há hipótese, somos diferentes! Mentalidades, formas de estar, de
viver, de pensar, em termos éticos… em tudo!
O nosso primeiro encontro com um
agente da autoridade, foi num final de tarde, onde estacionei o carro perto de
uma padaria, e depois de uma assopradela do apito do agente, informou-nos que
aquele era um local proibido. Multa dizia ele… tinha que pagar multa… e pensei…
isto é a terra deles, mas eu não sou parvo e comecei de forma muito educada a
“discutir” com ele. Mas porque raio é proibido… porque é que não se pode
estacionar ali? Bla bla bla e enquanto falávamos, passavam carrinhas de caixa
aberta com pessoas na caçamba (é o termos que utilizam cá para a caixa aberta),
carros em contra mão, motos sem luzes… enfim o pandemónio do costume. Lá
consegui desenrascar e não paguei multa!
O segundo encontro foi ainda mais
ridículo, mas dessa vez não ia a conduzir... Vínhamos de Luanda com o motorista
da empresa e como o nosso carro ainda não tem a tampa para fechar a caçamba,
levava-mos parte das bagagens no banco de trás. Isto é, como sabíamos que era
proibido levar malas em cima dos bancos, pusemos as malas na caixa, mas
deixamos uma caixa de plástico que se fosse na caixa partia-se toda (era o WC
para o Salpico que finalmente encontramos um em Angola e compramos). Fomos
mandados parar e o agente apenas disse, 47.000 AKZ de multa, mais 5.000AKZ para
libertar a carta de imediato (sim, porque eles ficam com a carta, e só a dão
quando pagarmos a multa – que temos que nos deslocar até Luanda para pagar). Depois de muita conversa muita treta,
lá nos “safamos” e oferecemos as gasosas que tínhamos no carro… Claro está,
andava o agente preocupado com a caixa de plástico do gato e passavam por nós
camiões carregados até à China, carros com excesso de lotação… mas isso não
interessava… a caixa é que era perigosa!
Nos fim de semana, o povo
angolano gosta muito de festas, adora a sua Cuca (cerveja) e para ter a Cuca,
tem que ter gasosa… é assim, são as trocas comerciais, uma gasosa por 10 Cucas J
P.